cep 20.000

CEP 20.000 / ano dois mil = 10 anos



POETAS DO / NO CEP 20.000 / MELAMED + CD TRIP = 2.000 
poesiafuderosa by danielminchoni 

CEP 20.000




CEP 20.000 : SÓ INDO SÓ VENDO OUVINDO VIVENDO


opavivará - diahum – os azuis – coletivo cachalote – plástico bolha – falapalavra – irmãos abdalla - sete novos – estrondo - gregório duvivier - alice sant’anna – carlito azevedo - chacal - mimi lessa - domingos guimaraens – mariano marovatto - augusto guimaraens – lucas viriato – isabel wilker - ismar tirelli neto - carlos andreas - gabriela bonomo - elisa pessoa - gabriela marcondes - nana carneiro – valeska de aguirre - cristina flores - gabriel fomm - jonas sá - fausto fawcett – carmen molinari - charles peixoto – ronaldo santos - alex hamburger - pedro luís – tavinho paes - daniel soares - juju holanda - pedro rocha – éber inácio – dado amaral - justo d’ávila ....




Entre a hermenêutica da academia e o mais do mesmo da cultura de massa, o CEP, há 20 anos, cavou sua trincheira volátil.
CEP 20.000: o que as escolas não conseguem ser, por medo ou acomodação dos mestres desse mundo em suspensão.
CEP 20.000: ponte sobre campo minado, de muros, guetos e redutos de poder.
CEP 20.000: encubadora de indivíduos inquietos, que insistem em se comunicar ao vivo e a cores nesse mundo digital.
CEP 20.000: celeiro de poetas, viveiro de artistas e músicos, turbilhão de inventores.
CEP 20.000: experimentação de outro projeto educacional onde o não da lugar ao sim. Incluindo, incluindo, incluindo.
CEP 20.000 : em 20 anos são 3, 4 gerações de artistas, que lá, vão buscar o que não há nas escolas, na televisão ou no google.
CEP 20.000: beijo de língua na língua, um brinde a todos os que fazem de sua arte uma investigação para sintonizar a melhor maneira de ver, ouvir e escrever esse mundo mutante vertigem.
O CEP faz 20 anos. voilá!




ESTRONDO - março de 2010 - sérgio porto






LETUCE - letícia novaes e lucas vasconcellos - festa de 20 anos - agosto 2010.


CEP 20.000 - 20 anos - zumzumzumtv






o minotauro

beto, dado, mano melo, zarvos, chacal, levi, cazé, raul mourão e cabelo


primeiro cartaz do cep


flavinha cury

éber inácio e chris flores

cd lançado em março de 2010 no cep


povo querido da pá virada do cep


cuias chinesas









as doidivinas


CEP VINTE MIL: DE ONDE VEM PARA ONDE VAI.


        (texto 5 anos do CEP)
                                           
                                           chacal



20.000 quando, onde, como.


Corria o ano desgraça de 1990.Era abril, talvez maio. Eu vagava pelo mal assombrado pátio interno da Escola da Comunicação da UFRJ, na Urca. À convite de alunos, tentava fazer um recital e vender alguns livros. O tempo era de vacas esqueléticas. Collor, recém eleito, confiscara a poupança. O mercado se retraíra ao osso. Minha língua seca não conseguia atrair nenhum incauto inquieto para degustar o verbo. Eu dava voltas e não saía do lugar. Corta.


Guilherme Zarvos, escritor inédito então, economista político e ativista da cultura, entrava pelas portas da rua, para promover um evento chamado Terças Poéticas, na Faculdade da Cidade. Ele vinha com o gás de quem tem ouro nas mãos. Corta.


Sem um mínimo de audiência, com a palavra amarfanhada pelo desuso, pensei em correr dali. Talvez para o Pinel, ali do lado. Ou para o bar mais próximo. Então deu-se o encontro. Guilherme me convidou para participar da última Terça Poética que iria versar sobre a Poesia dos Anos 70. Heloísa Buarque de Holanda, professora e ensaista, iria fazer o painel pânico da época e eu, apresentar poemas meus e de outros vates d'então. Agradeci o convite e fomos secar umas geladas. A ECO ficou para trás.






Terças Poéticas


Essa idéia de gênio de Guilherme Zarvos era o seguinte: a cada terça ele chamava um nome de renome para falar sobre algum poeta ou movimento. Então Ferreira Gullar falou sobre Augusto dos Anjos. Silviano Santiago discorreu sobre o Carnaval em Bandeira, Oswald e Mário de Andrade. Antônio Carlos Secchin palestrou sobre João Cabral de Melo Neto, com a presença rara do poeta. E fechava com Heloísa falando da poesia dos 70.


Se só assim fosse, já seria o máximo. Mas Zarvos, esse argonauta intimerato, ousou mais. Depois que o sábio terminava sua arenga, Zarvos chamava ao palco, poetas da novíssima geração pra bradar seus versos. Deu-se então o que em física quântica, se chama eureka: os veneráveis portadores do saber sabiam da lira brusca da nova idade e vice versa ao contrário. Na platéia, os brothers que iam ver seus xarás emitirem impropérios em forma de versos conheciam o conhecimento. Zarvos a tudo cerimoniava, com o olhar rútilo de quem encontra o ouro numa esquina.


Eu, então com 40 anos, vibrava com aqueles mitos do verbo (tive o prazer de trocar palavras com João Cabral após a palestra de Secchin) e me estupecfava com a galera sangue bom que fechava o programa. Entre a novíssima guarda, estavam grupos como o Boato, artistas saltimbancos, alunos de jornalismo da PUC e do Pô, Ética !, turma de militantes do verbo e livres atiradores da lira como Guilherme Levi, então com 16 anos, que tremia ao falar poemas psicodélicos sobre o Baixo Gávea. Senti que ali, como há vinte anos antes, a Poesia falava do mundo e da vida das pessoas. Algo,como na química orgânica, denominado dinamite.




CEP: a Poesia propriamente dita.


Da Faculdade da Cidade para o Baixo era um pulo. Zarvos e eu moramos na Gávea. Aí entre uma e outra cerveja, achei que o Terças tinha que continuar para o bem da humanidade. Ele argumentou que mesmo com o apoio do RIOARTE, era um projeto de vida curta. Nomes de renome são pessoas caras e ocupadas. Mas (olha a brecha, tatui) havia espaço para um projeto que levasse poesia ao público. O nome CEP pulou da garrafa. Era ágil, rápido, como zap. Centro de Experimentação Poética explicava o resto a quem de direito. Da palavra à ação, fomos ao RIOARTE falar com Tertuliano dos Passos, presidente do Instituto, que nos recebeu com sua reconhecida fidalguia. E logo aprovou a proposta. No projeto inicial, o CEP pretendia ter três oficinas: teatro, música e poesia para dar noção de espaço, tempo e dicção para quem estivesse a fim de se iniciar nos mistérios de ser em cima de um palco. O resultado das oficinas seria mostrado num show mensal no Espaço Cultural Sérgio Porto, do RIOARTE. As oficinas, que seriam realizadas na Faculdade da Cidade, não vingaram. Mas o CEP decolou numa noite de quarta feira de agosto de 1990. Chovia, a divulgação oficial tinha sido ruim a ponto de não ter saído nem na programação diária dos jornais. Mas as nove e meia da noite, molhadas, as pessoas começaram a chegar. As onze, casa cheia. Quando o chamado é forte, a vida fica irresistível.


Fase Heróica: Boato, Emmanuel Marinho, Guilherme Levi, Felipe Rocha, Macarrão, Bruno Levinson, Cara do Tempo, Afax Lá, Coma, Impadinha de Jiló, Anderson Guimarães, Saliva Voadora levavam a galera do Baixo, da PUC, a gataria. Eu chamava Tavinho Paes, Alex Hamburguer, Artur Omar, Carlos Emílio, o incendiário, Mano Melo, Ricardo Basbaum, Márcia X, Aimberê Cezar que levavam os corações veteranos. Nos primeiros tempos, o bar disputava com o palco, as atenções. Com o tempo, as pessoas foram acostumando o ouvido e a poesia começou a soar forte. Porém, mais que a poesia, a música, a performance, o CEP é uma camisa que a pessoa veste . Um pano que envolve. Uma outra pele. Gracias, gracias, gracias.




Com quantos craques se faz um cep


Nesses cinco anos, muito samba, rock, funk, baião de vários, passou pelo palco do Sérgio Porto. Fausto Fawcett, Arnaldo Brandão, George Israel, Dulce Quental, Waly Salomão, Eudoro Augusto, Armando Freitas Filho, João Gilberto Noll, Bernardo Vilhena, Jorge Salomão, Sérgio Serra, Ana Maria Magalhães, Rogério Skylab, Jorge Mautner, Barrão, Luiz Zerbini, Sérgio Meckler, André Costa, Márcia Thompson,Mulheres que dizem Sim,Debora Colker, João Nabuco, Pedro Lage, Claufe Rodrigues, Nei Reis, Marcelo Paredão, Manoel Gomes, Marise Lima, Banda Bel, Vagabundo Sagrado, o paulista Todos Os Que Caem, Cafi, Zeca Araújo, Carlos Bevilácqua, Marcos Chaves, Ernesto Neto, Raul Mourão, Neide Archanjo, Maria Gladys, Bianca Ramoneda, Helena Inês, Xico Chaves, Tony Costa, Mimi Lessa entre tantos, passaram por lá para experimentar entre mais de seiscentos jovens artistas. Gostaria de citá-los todos, mas o espaço é curto como a memória. A todos, todas, meu coração de poeta pertence.


Com o fundamental apoio do RIOARTE, essa dicção informal, sem muito rapapé, deu filhotes como CEP Vintemilsíca ( um CEP só de música ) tocado por Guilherme Zarvos e agora por Michel Melamed e Guilherme Levi, de dois em dois meses no Sérgio Porto e do Humaitá pra Peixe, produzido com rigor por Bruno Levinson, segundas e terças de um mês por ano.


O Cep faz cinco anos em 95. Pode-se dizer que uma geração está sendo informada por ele. Pessoas que passam ao largo dos embalos baratos promovidos pela mídia do show bussiness e que querem bem mais que beber coca cola. Querem se divertir trabalhando e trabalhar se divertindo. Ao RIOARTE, por fim, nossas reverências. As quatros gestões que o presidiram nesses cinco anos de CEP, tiveram a lucidez de entender a importância do projeto e de saber, com elegância, compreender alguns excessos. Arrependei-vos e rejubilai-vos. O CEP vinte mil está no ar. Evoé !


chacal




E.C. SÉRGIO PORTO (RUA HUMAITÁ, 163 – FUNDOS)



quarta – 25 / 08 // 20:30 / 5,00.





o cep faz 20 anos. tempo de batalha e delícias, luta e prazer. tal e qual a vida. imensa foi a alegria de compartilhar com a galáctica galera um pouco da suave ferocidade chamada cep.

então bola pra frente. fazemos 20 anos nessa quarta feira, dia 25 de agosto. faremos um super- cep pra comemorar esses anos todos e já festejar os próximos. o cep como a vida, não para. mesmo que ganhe outro
apelido, o cep é quase imorrível porque ele é mais que um espaço e um nome. ele é aquela coisinha que insiste em dizer que a vida vale a pena, que é curta, mas não é pequena.

ainda e sempre juntos, vamos nessa, afinar o coro dos descontentes, comemorar a vida, afinar o verso, entoar canção. dia 25 estamos lá. quem quiser, pegue a senha e espere a hora, para dar um "alô cep", estamos juntos, amalgamados pela vida.



saudações cépicas !!!!
OPAVIVARÁ - DIAHUM – OS AZUIS – COLETIVO CACHALOTE – PLÁSTICO BOLHA – FALAPALAVRA – SETE NOVOS – NUVEM CIGANA - ESTRONDO - GREGÓRIO DUVIVIER - ALICE SANT’ANNA – DOMINGOS GUIMARAENS – MARIANO MAROVATTO - AUGUSTO GUIMARAENS – LUCAS VIRIATO – ISABEL WILKER -
ISMAR TIRELLI NETO - CARLOS ANDREAS - GABRIELA BONOMO - ELISA PESSOA - GABRIELA MARCONDES - NANA CARNEIRO – VALESKA DE AGUIRRE -  CRISTINA FLORES - GABRIEL FOMM - CHACAL - MIMI LESSA - JONAS SÁ - FAUSTO FAWCETT – CARMEN MOLINARI - CHARLES PEIXOTO – RONALDO SANTOS –  ALEX HAMBURGER - PEDRO LAGE - CABELO - PEDRO LUÍS –TAVINHO PAES - JUJU HOLANDA - BEATRIZ PROVASI -  PEDRO ROCHA – EBER INÁCIO – DADO AMARAL - BOTIKA - VITOR PAIVA - ROMÃ NEPTUNE - ANDRÉ PESSOA - DUDU PERERÊ - DALBERTO GOMES - CACO PONTES - GUILHERME ZARVOS – JUSTO D’ÁVILA





 GOZAR O PASSADO E MIRAR O FUTURO
NO PRESENTE NO PRESENTE NO PRESENTE

chacal







Alguns depoimentos extraídos do Inventário de 10 anos do CEP 20.000:



ANTÔNIO CARLOS MIGUEL, O Globo:
Muito da rica e diversificada cultura popular produzida no Rio nos anos 90, teve como base irradiadora o CEP 20.000. Livre de pressões mercadológicas, tendo como compromisso a invenção e a ousadia, aquele espaço possibilitou o surgimento de novos artistas e um intenso interecâmbio de idéias que se espalharam por toda a cidade. Na música, para ficar em poucos mais contundentes exemplos, Arícia Mess, Antônio Saraiva, Suely Mesquita, Rodrigo Campello, Boato e Pedro Luís e a Parede foram alguns dos cantores, compositores, arranjadores e grupos que tiveram no Sérgio Porto, o suporte para lançar seus inovadores trabalhos. Essa gente contribuiu para o que ficou conhecido como MPC ou música popular carioca, vertente que continua dando mostras de vitalidade e é uma das marcas do CEP 20.000.


DADO VILLA-LOBOS,  ex-Legião Urbana:
São dez anos de discussão, poesia, artes plásticas, música, muita música ... de contaminação e manifestação generalizada, bate boca saudável fluindo pelos vinte mil caminhos da informação comandados por Chacal, o maior MC carioca.


DOMENICO LANCELLOTI, baterista e artista plástico:
O Centro de Experimentação Poética vem unindo já três gerações de artistas que dependem ou dependeram dessa única possibilidade de mostrar seus trabalhos. Praticamente todas as bandas passaram pelo som médio-regular do Sérgio Porto e puderam contar com Zarvos e Chacal, estes que já a algum tempo (a duras penas) vêm soprando as brasas dessa cidade.


ERNESTO NETO, artista plástico:
O CEP 20.000, quantos anos ? Parece que sempre existiu e existirá. Lugar manjedoura da arte, da cultura, da música e poesia carioca. HA !! CEP 20.000 ! Quantas cabeças, quantos corpos por aí passaram e ainda vão passar. Vejo prazer, inteligência, verdade e liberdade carioca. HA !!! CEP continue firme e forte. Aconchego cultural caldeirão da cidade carioca.


EVA DORIS ROSENTAL ex-presidente do RIOARTE:
Para mim, o CEP 20.000 é mais que um movimento, é um eterno encontro, de idéias, pessoas, criatividade. E como vivemos uma era de muitos desencontros, o CEP não pode acabar NUNCA !!!!!!!!!!!!!!!


FAUSTO FAWCETT escritor, performer:
Dez anos do CEP 20.000, a força jovem mais ativa do Brasil. Um, dois, três, quatro, cinco mil, quem manda na cidade é o CEP 20.000. A zona sul é nossa ha ha hu hu ...


FERNANDA ABREU, cantora e compositora
CEP 20.000, dez anos de groove, poesia, melodia e novidade. De cultura e identidade.
O CEP 20.000 está tatuado na cidade.


FRANCISCO BOSCO, poeta:
Recusando-se às limitações da cultura midiática, o CEP se apresenta como um espaço de criação / veiculação de outras linguagens, fundando-se, portanto, como espaço alternativo: alternativo não somente em relação à linguagem midiática dominante, mas também em relação a si mesmo, pois em seu interior vigora uma democracia radical, que abriga e estimula a produção de vozes diferentes. Tentando definir um pouco mais o que consiste a linguagem produzida pelo CEP (reduzindo sua multiplicidade), parece-me possível situá-la como um desdobramento da poesia marginal, na encruzilhada do gesto e da página, da fala e da escrita. Com isso, essa linguagem marca sua diferença em relação à poesia mais radicalmente textual, mais implacavelmente culta, cujo desenvolvimento hoje em dia vai muito bem obrigado. Essa diferença, e nisso reside a proposta dessas linhas, deve ser respeitada, preservada: lembremo-nos da reivindicação barthesiana: “”Que uma língua, qualquer que seja, não reprima a outra”. E longa vida para o CEP e seus poetas.


HELOÍSA BUARQUE DE HOLANDA, editora, ensaista:
O CEP 20.000 chegou e acreditou no valor do laboratório, dos processos de criação em si, no encanto com as novas linguagens & mídias.
E mais: o sucesso contínuo do CEP ao longo desses quase 10 anos de atividade demonstram que o Rio de Janeiro deseja e precisa de iniciativas como essa.
Resultado: 10 anos de descobertas inenarráveis, encontros, mostras, performances, eventos, festas. 10 anos de formação intensiva de quadros e pessoal na área artística, como atestam os nomes de poetas, músicos, bandas, performers, profissionais da mídia, gente de teatro e mais outros tantos que surgiram e cresceram com e através do CEP. 10 anos de trabalho reconhecido por um público fiel de cerca de 30.000 pessoas. 10 anos de criação e recriações de um espaço polivalente, hoje referência obrigatória no mapa do Rio de Janeiro. 15 anos de trabalho sério do grande poeta, rápido e rasteiro, dono de um enorme talento camaleão que vem abalando a cultura brasileira, desde os idos de 1970, sob o codinome Ricardo Chacal.


HERMANO VIANNA antropólogo:
Quase todos meus amigos (e quase todas as pessoas que admiro na nova arte carioca) já participaram do CEP 20.000, que realiza uma espécie de sonho de consumo cultural: um espaço de circulação de informações interessantes, onde confabula-se o futuro da criatividade do Rio. A tendência dominante dos anos 90 pode Ter sido a fragmentação, da Cidade Partida ao isolamento via Internet. É preciso fortalecer atividades onde diferenças interagem face a face, em tempo real, como se ainda tivéssemos o mesmo CEP. Então parabéns para todos nós ! Longa vida para o CEP 20.000 !


JOÃO PIMENTEL, jornalista:
O CEP é o catalisador de todos os sentimentos escondidos na poeira de uma cidade que se perdeu há muito da poesia em todas as suas formas. O CEP é para nós, gente do bem, uma chance que o mundo nos deu de nos encontrarmos no mesmo espaço, na mesma onda, no mesmo endereço postal que seja. O CEP é o meio que todos sonhávamos para nossa poesia. Sem manifestos, cartilhas ou padrões.


LUCIANO TRIGO, escritor, tradutor, jornalista:
Num horizonte cultural onde as boas idéias costumam Ter vida curta, o CEP 20.000 se reafirma como uma feliz exceção, ao completar dez anos. Nesses dez anos, o CEP já se estabeleceu como uma tradição carioca, mas uma tradição em permanente processo de transformação. Espero que ele continue assim nos próximos mil ou vinte mil anos.




RICARDO BASBAUM, artista plástico e crítico de artes:
CEP 20.000 é um espaço para experimentação que move-se ao sabor das ondas. Por isso mesmo, só poderia acontecer no Rio de Janeiro, cidade de praia. Aqui se fez e se faz um pouco de tudo, de pós-tudo – ou quase tudo, o que é muito melhor – como prova dos nove da alegria necessária para estar vivo muito vivo. “Sempre pra lá de divertido” é a impressão mais forte que carrego por Ter participado muito feliz de algumas edições nesses X anos. Gracias !


RONALDO BASTOS, letrista e diretor artístico:
O CEP 20.000 foi o movimento mais renovador no panorama cultural do Rio de Janeiro nesses 10 anos. Para mim foi um bálsamo frequentar aquela muvuca. Ali renovei com alguns companheiros e com a novíssima guarda, o eterno repúdio à caretice – especialmente a vigente nesse meio que se diz moderno – e a crença no admirável mundo novo. Viva a moçada do CEP ! Um viva a cada um desses quixotes que à margem da cultura oficial, manteve vivo o delírio, a revolução e o fluir da poesia.


TUTTY VASQUES, jornalista:
Nenhum brasileiro saudável sabe de cor o seu CEP. Só alguns cariocas razoavelmente doidos sabem o que significa CEP 20.000. Eu não sei o que é uma coisa nem outra! Mas acredito no Chacal. Precisa como alguem como ele para ensinar a garotada o valor da trilogia “coragem, batalha e piração”! O resto se escreve com o tempo.


WALY SALOMÃO, poeta:
O CEP 20 mil é a feira e a festa das confederações das tribos poéticas guanabarinas. É a vernissage, é a vitrine, é o carnaval, é o território livre das linguagens em efusões imantando o Espaço Sérgio Porto, sob a batuta do pajé, do comandante-em-chefe, do xamã-beatnick Chacal. O CEP 20 mil é o nosso mercado persa, é a praça de Marrakesh em pleno burburinho botandofogo em frente ao Corpo de Bombeiro do Humaitá. Salta um Melamed, salta uma Mosé, salta um Levi, salta um Zarvos, salta um Alex Hamburger pra viagem !!!!